Investir em RSC – Responsabilidade Social Corporativa em tempos de crise é um bom negócio.
Outubro 2, 2019 Não Por Rosângela MelattoNo mundo dos negócios, as ações de responsabilidade social corporativa (RSC) devem ser vistas como uma extensão do papel empresarial e precisam estar diretamente relacionadas à imagem e às políticas praticadas pela organização, ou seja à sua estratégia. RSC só pode ser entendida como tal quando a organização desenvolve políticas e parcerias de inclusão, e quando essas estão focadas no desenvolvimento da sociedade em que atuam.
Em época de bonança, empresas de diversos setores da economia costumam anunciar investimentos maciços em atividades de RSC, em projetos culturais e de proteção ao meio ambiente. No entanto, é nos momentos de crise que as instituições filantrópicas e a população carente percebem quais são as organizações que verdadeiramente provam seu compromisso com a comunidade.
Empresas que acreditam no desenvolvimento social, na educação e no meio ambiente, bem como mantêm a inovação na forma como conduzem seus negócios, não mudam suas estratégias em períodos de crise. Ao contrário, elas sentem que os momentos difíceis servem para elencar prioridades e manter o apoio às comunidades mais necessitadas. O mercado especulativo e as bolhas mercadológicas fazem com que a grande maioria das empresas reduza seus gastos em RSC e não a enxergue como fundamental para o crescimento sustentável da sociedade.
A economia possui ciclos de altos e baixos e as instituições privadas se preparam para manter a saúde do caixa, pensando certamente que essa é a melhor opção para seus acionistas. Porém, há regiões na América Latina que carecem de recursos, inclusive nos períodos econômicos mais prósperos. E essa população é correntemente colocada em xeque quando a ordem do dia do setor privado é cortar gastos.
A resposta à recessão não é mudar a forma como uma empresa trata seus funcionários, fornecedores e comunidade na qual está inserida. Quando falamos sobre RSC, o que está em jogo é o futuro de crianças, adultos e das gerações que enfrentarão desafios piores do que os atuais. O processo de degradação da educação e do meio ambiente se acentuará, se as fábricas não aprenderem a bem utilizar a água, se os jovens não forem incluídos na sociedade, não houver engajamento da população, inclusive de funcionários do setor privado, em programas de voluntariado, e se não houver políticas públicas para acelerar a adoção em massa dos ODS – objetivos do desenvolvimento sustentável.
Responsabilidade Social Corporativa são componentes fundamentais para garantir os desafios do século XXI e pilares importantes para o sucesso dos negócios. O investimento em educação e inclusão digital, na busca por oportunidades iguais de trabalho, no controle da degradação ambiental e na melhor utilização dos recursos naturais, pode trazer futuramente às empresas um retorno direto no seu desempenho econômico. Atualmente, os consumidores estão mais conscientes e informados sobre os problemas do meio ambiente, o que impacta diretamente suas escolhas e essa tendência só deve se acentuar daqui em diante.
Educação, meio ambiente e sociedade são os principais pilares da RSC e devem ser encarados como fundamentais para a saúde social e econômica, independentemente das circunstâncias momentâneas da economia, por maior que sejam. Incentivar e promover a dos ODS são atitudes de empresas engajadas de fato com RSC, que dessa forma se tornam os grandes construtoras do futuro.